“... Ficaram
entre si atônitos, porque não haviam compreendido o milagre dos pães...” (Marcos 6.52).
Nesta passagem
bíblica vemos que os discípulos de Jesus ficaram atônitos, isto é, grandemente
pasmados, espantados, assombrados de admiração, maravilhados, por não
compreenderem o milagre da multiplicação dos pães e peixes.
Seria até natural
que eles ficassem assim, pois, foi algo extraordinário. No entanto, nesse
momento a Bíblia faz uma crítica do estado emocional deles, porque eles não
ficaram assim depois de terem visto o milagre da multiplicação, mas depois de
terem presenciado Jesus andar sobre as águas (confere: Marcos
6.30-52).
Qual seria a
explicação para isso? A Bíblia revela: pequena
fé!
Pequena fé é o
mesmo que fé duvidosa, isto é, uma fé fraca. Pequena fé é duvidar da capacidade
e do poder de Cristo, por isso, pequena fé era algo que Ele jamais admitia.
Por muitas vezes
os discípulos eram repreendidos por Jesus por causa disso (confere: Mateus 8.26; 16.5-11; 17.14-20), mas mesmo
assim, teimavam em insistir numa fé pequenina.
Mas, por que os
discípulos de Jesus naquele momento ainda permaneciam com a fé muito pequena?
Por que muitos cristãos da atualidade permanecem na pequena fé?
Encontramos a
resposta justamente nos dois episódios do milagre da multiplicação.
Primeiramente, é
interessante observamos que segundo João 20.30,31;
21.25, é possível que Jesus tenha realizado outros milagres da
multiplicação, além dos dois episódios narrados, no entanto, como o primeiro
episódio já tinha sido narrado não haveria necessidade de ser narrado o
segundo, pois, a primeira narrativa já seria suficiente para que creiamos que
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus.
Tanto é que o
próprio Evangelho de João só relatou a primeira multiplicação. Da mesma maneira
o Evangelho de Lucas. Somente os Evangelhos de Mateus e de Marcos que
registraram tanto a primeira como a segunda multiplicação dos pães e peixes.
Então, por que
Mateus e Marcos registraram o episódio da segunda multiplicação, visto que não
havia necessidade disso? A resposta é o seguinte: Há no episódio da segunda
multiplicação um importante ensinamento para nosso comportamento cristão.
Observa-se que
tanto o episódio da primeira como da segunda multiplicação foi exatamente o
mesmo cenário. Contudo, um pequeno detalhe fará a diferença.
No primeiro
episódio (Mateus 14.13-21/ Marcos 6.30-52/ Lucas 9.10-17/ João 6.1-14), vendo Jesus a
grande multidão compadeceu-Se deles. Acolhendo-os, passou a ensinar muitas
coisas, falando a respeito do Reino de Deus e socorria os que tinham
necessidade de cura.
Ao declinar da
tarde, os Seus discípulos se aproximaram dEle e disseram: “O lugar é
deserto, e vai adiantada a hora; despede, pois, as multidões para que indo
pelas aldeias, comprem para si o que comer” (Mt 14.15).
Jesus lhes
respondeu: “Não precisam
retirar-se; dai-lhes, vos mesmo, de comer” (Mt 14.16).
Os discípulos
queriam que Jesus despedisse a multidão; eles queriam se livrar do “problema”. Jesus,
por Sua vez, disse que eram eles que deveriam dar um jeito naquilo.
Jesus sabia que os
discípulos não teriam nenhuma condição pra alimentar cerca de cinco mil homens,
além de mulheres e crianças. Então, por que jogou a responsabilidade nas mãos
deles?
Na verdade, Jesus
estava apenas experimentando-os (confere: João 6.5,6). A intenção de
Jesus foi de aprimorá-los e fortalecê-los na fé.
Ao reconhecerem
que não havia condição de resolver aquele problema, os discípulos depositaram a
confiança em Jesus e Este resolveu o problema, realizando o milagre da
multiplicação.
Se os discípulos
fugissem do problema, isto é, despedir a multidão, eles não iriam aprender nada
com isso e assim não teriam nenhuma experiência que fosse capaz de aprimorá-los
e fortalecê-los na fé.
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