“E, para que não me
ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne,
mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por
causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse:
A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa
vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o
poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas
necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque,
quando sou fraco, então, é que sou forte” (2 Coríntios 12.7-10).
Nesta passagem vemos que foi posto no apóstolo Paulo um
espinho na carne. Há duas perguntas fundamentais acerca disso: Que espinho era
esse? Por que foi posto esse espinho na carne do apóstolo?
Pouco se sabe sobre esse espinho. Paulo refere-se,
figuradamente, a alguma experiência muito dolorosa, que não especifica.
Pensa-se em alguma enfermidade (confere:
Gálatas 4.13,14), porém
pode ter-se tratado de outro tipo de sofrimento.
A palavra “espinho” comunica a idéia de dor, de aflição, de
sofrimento, de humilhação, ou de enfermidades físicas, mas não a de tentação
para pecar (confere:
Gálatas 4.13,14).
Vemos que Paulo por três vezes pede para que Deus afastasse
dele tal espinho, mas Deus não concede. Isso mostra que o espinho na carne foi
necessário.
Sabemos que nada acontece por acaso na vida de um servo de
Deus, logo o espinho na carne na vida de Paulo aconteceu por alguma razão. E
qual foi à razão do espinho na carne?
Paulo responde: “... para que não me
ensoberbecesse com a grandeza das revelações... a fim de que não me exalte” (2 Coríntios 12.7). Aí está: o espinho na carne foi posto
para que Paulo não se ensoberbecesse, e nem se exaltasse.
Mas, por qual motivo Paulo iria se ensoberbecer, se exaltar?
Em 2 Coríntios
12.1-6 encontramos a
resposta.
O texto bíblico mostra que Paulo teve uma experiência
espiritual profunda. Ele foi arrebatado até o terceiro Céu, “foi
arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao
homem referir” (2 Coríntios
12.2-4).
Ao ser arrebatado ao terceiro ao Céu, ao Paraíso, Paulo
experimentou algo inexplicável, inexprimível, inefável, indizível,
extraordinário, algo que se não pode dizer, algo que não pode se manifestar por
palavras ou gestos; algo que não se pode dar a conhecer, a entender, a revelar;
algo que não é permitido falar.
Devido à grandeza da revelação, Paulo poderia acabar se
ensoberbecendo. Assim, o espinho na carne foi posto como uma barreira contra a
alto-exaltação do apóstolo.
A alto-exaltação nasce a partir de certas experiências ou
conhecimentos adquiridos; devido a algum talento, e até mesmo devido alguns
dons espirituais.
A nossa natureza por ser falha, é natural que venhamos a nos
ensoberbecer diante da grandeza das experiências espirituais.
Entretanto, a Bíblia alerta sobre o perigo da própria
exaltação.
Jesus sempre ensinou
aos Seus discípulos que aquele que se exalta será humilhado, mas aquele que se
humilha será exaltado (Mateus
23.1-12/ Lucas 18.9-14).
“Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes... Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará” (Tiago 4.6,10).
“Humilhai-vos,
portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos
exalte” (1 Pedro
5.5).
Quando uma pessoa se alto exalta, ela se coloca numa posição
acima dos demais. Ela se enche de si mesma. Torna-se uma pessoa arrogante.
Querendo ser a dona da verdade, por se achar cheia de conhecimento e de sabedoria.
Daí gera a soberba.
Qual resultado disso? A própria exaltação resulta em queda
espiritual e no afastamento dos propósitos de Deus.
Isso acontece porque o
homem sem Deus não é nada, não passa de pó. Independentemente das experiências
vividas, apesar de certos conhecimentos adquiridos, ninguém, diante de Deus,
será melhor do que outro (confere:
Provérbios 3.7/ Mateus 20.25-27/ Romanos 12.10,16/ Gálatas 5.26/ Filipenses 2.3).
A Palavra nos alerta que aquele que se julga sábio, “com
efeito, não aprendeu ainda como convém saber” (1 Coríntios 8.2).
“Porque, se alguém
julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana” (Gálatas 6.3).
Devemos ser humildes com relação ao que pensamos saber.
Devemos ser humildes com relação ao que pensamos ser.
O caminho para que não venhamos a nos exaltar é nos humilhar
diante de Deus e reconhecer que somente a Ele pertence toda a exaltação.
Quando Paulo foi arrebatado ao terceiro Céu, ele como ser
humano poderia cair na tentação da soberba, devido à grandeza das revelações.
Paulo viu e ouviu palavras tão sublimes que nem poderia
repetir. Obviamente tudo isso o colocaria numa posição muito mais relevante do
que os demais apóstolos, sobretudo do
povo cristão.
Daí o espinho na carne serviu como um freio, para que ele não
viesse a colidir com aquilo que poderia afastá-lo da presença de Deus.
...
Eu precisava ouvir essa mensagem,Deus te abençoe!!
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